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terça-feira, 25 de outubro de 2011

Resultado da II Conferência Estadual LGBT: movimento social maior, governo menor

2 comentários

O movimento LGBT saiu fortalecido da II Conferência Estadual LGBT. As etapas territoriais, onde ocorreram, foram resultado da mobilização da militância e do fortalecimento do Fórum Baiano LGBT. As lésbicas e mulheres bissexuais ganharam unidade e saíram fortalecidas, enquanto as travestis viram sua presença aumentar. O movimento LGBT conseguiu superar as divisões internas e, com raras exceções, garantiu um debate mais qualificado do que as disputas personalistas.

O governo, ao contrário, saiu bem menor do que em 2008. A diminuição do número de conferências territoriais, de 17 na primeira para 13 na segunda, foi debitado na conta do avanço do conservadorismo na máquina estatal – o que, é bom que se diga, tem sido verificado em todo o país. As conferências territoriais foram garantidas pelo empenho dos movimentos sociais, ainda mais organizados. E talvez o próprio crescimento dos movimentos seja em resposta ao avanço do fundamentalismo.

As conferências deixaram nítido que as três esferas de governo fizeram pouco para combater a homofobia. A avaliação das conferências foi negativa para quase todas as propostas discutidas de 2008 para cá. A ausência do Governado Jaques Wagner na abertura da Conferência LGBT foi justificada pelo secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Almiro Sena, em virtude de uma viagem ao exterior.  O discurso do secretário demonstrou a disposição em dialogar com o movimento LGBT.

A Coordenadora de Gestão, Monitoramento e Avaliação da Política de Direitos Humanos (CGPDH), Cida Trípodi, foi mais enfática: “Assim que essa Conferência fechar o Plano Bahia Sem Homofobia, ele será publicado pelo Governo Estadual”. Tripodi dialoga de perto com o movimento LGBT e tem reconhecido sua capacidade de pautar a SJCDH. A imagem da Superintendente de Direitos Humanos, Ivete Sacramento, abraçando a bandeiro LGBT entregue por Cida Tripodi é reveladora do alcance desse debate. Mas ela também representa o comprometimento pessoal que tenta preencher o comprometimento institucional do Estado, mas sabe que isso não é possível. Diversos servidores públicos relataram aos militantes que estavam participando da conferência por interesse próprio, pois suas secretarias não os referendaram para representá-las.

O deputado estadual Marcelino Galo (PT), e o deputado federal Nelson Pelegrino (PT) passaram na conferência. Pelegrino, candidato do PT a prefeito de Salvador nas eleições de 2012, fez uma fala onde se apresentou como aliado do movimento LGBT. Já a vereadora Marta Rodrigues (PT) esteve na abertura e compôs a mesa a convite do secretário Almiro Sena. São presenças importantes, algumas constantes e outras recém-chegadas, mas é fato que a presença de parlamentares foi bem menor do que outras conferências que têm acontecido nesse período.

Blog do Fórum Baiano LGBT

2 comentários:

Isa disse...

É apenas a primeira conferência de muitas que ainda participarei, mas confesso que, apesar de nova no movimento, estou deslumbrada e parabenizo a toda a equipe que tornou possível a realização deste evento. Que ainda venham muito mais outras, e o movimento se fortaleça cada vez mais, pois é o que precisamos! =)
Isadora.

aldinei candido disse...

Há oportunidades em nossas vidas que são únicas... Participar da II Conferência foi mais que estar “delegado”, mais que um aprendizado, mais que uma reflexão... Permita-me SAIR DO ARMÁRIO, permita-me ser autêntico... já que mais e mais pessoas estão falando abertamente das suas vidas, realizando fóruns e conferências, essa situação vem se transformando... Creio que com o tempo, as atitudes homofóbicas, também presentes em mim acabarão.

As experiências de SAIR DO ARMÁRIO variam muito. Algumas pessoas dizem que; para elas, tudo aconteceu rápido e foi como se todas as peças de um quebra-cabeça se encaixassem. Para mim tem sido diferente, porém igual a muitos outros, esse está sendo um processo longo, doloroso e difícil, que dura três décadas.

Mas... levo da II Conferência a grande lição de L. Mott, a exuberância de “Ricardina”, a integridade de Wesley, a capacidade de articulação de Danilo, a coragem de Ícaro, o respeito às lésbicas e mulheres bissexuais, a alegria dos travestis e transexuais, a gratidão aos heterossexuais, os beijos de Marcelo Bankoma (Lauro de Freitas) e a certeza de que independentemente do sexo pelo qual as pessoas se atraem, existe, na maioria delas, a capacidade para o amor e para a sexualidade. E parafraseando L. Mott: “Na realidade a homossexualidade e a heterossexualidade não são mais complicadas que isso a homossexualidade ou a heterossexualidade é amor.” OBRIGADO AOS ORGANIZADORES DA II CONFERENCIA LGBT PELA OPORTUNIDADE DE MAIS UMA VEZ SAIR DO ARMÁRIO E NÃO FICAR ATRÁS DA PORTA.

ALDINEI CANDIDO
TERRITÓRIO DE IDENTIDADE/VITÓRIA DA CONQUISTA

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